RESUMO
Objetivo: Analisar as diferenças entre a violência contra crianças e adolescentes segundo características dos casos, prováveis agressores, ocorrências e tipologias, e comparar suas distribuições temporais e espaciais.
Métodos: Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Maranhão, de 2009 a 2019.
Resultados: Foram analisadas 4.457 notificações de violência contra crianças e 5.826 contra adolescentes. Nos 11 anos investigados, a violência contra crianças foi mais frequente em 2015 e 2016, e em cinco das 19 Regiões de Saúde do Maranhão. A violência contra meninos foi mais frequente na infância, e contra meninas predominou na adolescência (p<0.001). Mães (p<0.001), pais (p=0.029) e cuidadores (p<0.001) foram os mais frequentemente acusados de violência contra crianças, enquanto amigos/conhecidos (p<0.001), cônjuges/namorados(as) (p<0.001) e estranhos (p<0.001) agrediram principalmente adolescentes. A violência motivada por sexismo (p=0.006), conflito geracional (p<0.001), situação de rua (p=0.002) e deficiência (p=0.035) foi mais frequente na adolescência. A violência física (p<0.001), sexual (p<0.001) e psicológica/moral (p<0.001), tortura (p<0.001) e autoagressão (p<0.001) foram mais comumente relatadas na adolescência, e negligência/abandono predominou contra crianças (p<0.001).
Conclusão: A violência contra crianças e adolescentes residentes no estado do Maranhão e notificadas no SINAN são fenômenos distintos em relação às características dos casos, prováveis autores, ocorrências e tipologias.
Palavras-chave: Violência; Crianças; Adolescentes; Maranhão; Epidemiologia