Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre os 18 países analisados com maior presença feminina na ciência, os dados são do relatório realizado pela Agência Boris.
Elas decidiram seguir o caminho da pesquisa, ciência e tecnologia para ajudar a sociedade. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a reportagem do Difusora On conversou com duas mulheres maranhenses e cientistas: a médica infectologista Dra. Maria dos Remédios Freitas, vencedora do prêmio internacional Mulan, no Brics Women’s Innovation; e a estudante do curso de Química Industrial da Universidade Federal do Maranhão, Thaylanna Pinto de Lima, que pesquisa a utilização de óleos essenciais no combate ao mosquito da dengue.
A pandemia da Covid-19 evidenciou a importância da pesquisa e as diversas áreas da saúde para salvar vidas. Desde o início da pandemia, a médica infectologista, Dra. Maria dos Remédios se dedicou na divulgação de informações confiáveis e na educação da população, tanto na televisão, quanto na rádio, na internet e em comunidades locais. Ela chegou a criar até um site com diversas informações para ajudar a sociedade.
A médica, que também é professora do curso de medicina da UFMA, foi homenageada pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) com o “Reconhecimento do empenho e compromisso com a luta em defesa da vida contra a pandemia da covid-19”.
Mas o reconhecimento do trabalho da Dra. Maria dos Remédios ultrapassou as fronteiras brasileiras. Ela foi agraciada com o prêmio Mulan, no Brics Women’s Innovation (edição de 2022). O prêmio destacou uma mulher de cada país, do BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ), que teve um papel importante na pandemia.
Dra. Maria dos Remédios Branco, em Beijing China no evento 2023 BRICS Women Leadership Forum (Fórum de Liderança Feminina, BRICS Mulheres, em tradução livre).
“Foi uma surpresa maravilhosa. Tiveram mulheres quer falaram pra mim, assim: nossa Doutora, a senhora recebeu esse prêmio, então nós sentimos que esse prêmio é nosso também. E digo que esse prêmio também é delas. Então, foi muito gratificante”, agradece.
Dra. Maria dos Remédios tem muitas pesquisas na linha dos determinantes sociais em saúde. Um outro case de sucesso dela foi a pesquisa na área da doença ‘Beriberi’, a partir de um surto de ‘Beriberi’, que aconteceu no Maranhão em 2006, provando 40 mortes de jovens.
“O Beriberi é a doença causada pela deficiência de tiamina, então tem uma relação com a fome ou com uma alimentação muito calórica, com pouca proteína e pouca fonte de vitamina B1. Então, tiamina é a vitamina B1. Isso é importante, porque é uma doença pouco pesquisada no Brasil e até hoje pesquisamos a doença”, destaca.
Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre os 18 países analisados com maior presença feminina na ciência, os dados são do relatório realizado pela Agência Boris. Segundo o relatório, essa participação cresceu 29% nos últimos anos. Mas o caminho ainda é longo para as mulheres conquistaram de fato mais espaço.
Para Dra. Maria dos Remédios, o estímulo para pesquisa e ciência deve começar na infância, pela família, além do papel formador da escola e os incentivos do poder público.
“Precisamos começar pela educação da mulher. Desde o jardim de infância até a graduação, para que elas sintam que são capazes. E dentro da estrutura social, isso precisa também ser reforçado, com um suporte social para a mulher, pois se ela tem que cuidar da casa, cuidar dos filhos sozinha, ela fica sobrecarregada e acaba prejudicando sua vida profissional. Além disso, precisamos ter mais incentivos do poder público, programas e bolsas, para os pesquisadores’, analisa.