Resumo

Objetivo

Identificar padrões espaciais em casos de lactentes com alterações de crescimento e desenvolvimento relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas (neste trabalho denominado de síndrome congênita pelo vírus Zika), notificados no Maranhão de 2015 a 2018 e sua relação com variáveis socioeconômicas e demográficas.

Métodos

Estudo ecológico de casos suspeitos notificados de síndrome congênita pelo vírus Zika nos 217 municípios do Maranhão, Brasil. Calculou-se a autocorrelação espacial pelos índices de Moran local e global (I) univariado e bivariado da taxa de detecção de casos suspeitos de síndrome congênita pelo vírus Zika com índice de desenvolvimento humano municipal, densidade demográfica, índice de Gini e tempo de emancipação político-administrativa dos municípios. O índice de Moran local foi calculado para localizar clusters com autocorrelação espacial significativa.

Resultados

Houve autocorrelação espacial na análise univariada da taxa municipal de detecção de casos suspeitos de síndrome congênita pelo vírus Zika (I=0,494; p=0,001) e, na análise bivariada, correlação positiva da taxa de detecção de casos suspeitos com índice de desenvolvimento humano municipal (I=0,252; p=0,001), densidade demográfica (I=0,338; p=0,001) e tempo de emancipação dos municípios (I=0,134; p=0,001). Não houve correlação significativa da taxa de detecção de casos suspeitos com o índice de Gini (I= -0,033; p=0,131). Cinco clusters de alta detecção de casos suspeitos foram encontrados em áreas distintas do estado.

Conclusões

Os municípios com maior índice de desenvolvimento humano municipal, maior densidade demográfica e mais tempo de emancipação político-administrativa tiveram mais casos suspeitos notificados de síndrome congênita pelo vírus Zika.

FALCAO NETO, P. A. O. ; BRANCO, M. R. F. C. ; COSTA, S. S. B. ; CAMARA, A. P. B. ; MARQUES, T. M. N. F. ; ARAUJO, A. S. ; LOUREIRO, F. H. F. ; DIAS JUNIOR, J. J. ; SILVA, M. S. ; QUEIROZ, R. C. S. ; RIBEIRO, M. R. C. ; KULKARNI, M. A. ; SILVA, A. A. M. ; SANTOS, A. M. . Análise espacial da taxa de detecção de casos suspeitos de síndrome congênita pelo vírus Zika, Maranhão, 2015 a 2018. REVISTA BRASILEIRA DE EPIDEMIOLOGIA, v. 25, p. E220002, 2022.

Publicação

REV BRAS EPIDEMIOL 2022; 25: E220002. https://doi.org/10.1590/1980-549720220002

Palavras-chave

  • Microcefalia;
  • Zika vírus;
  • Análise espacial;
  • Vigilância em saúde pública;
  • Fatores socioeconômicos.

Autores

  • Paulo Afonso de Oliveira Falcão Neto
  • Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco
  • Silmery da Silva Brito Costa
  • Ana Patrícia Barros Câmara
  • Thayná Millena Nunes França Marques
  • Adriana Soraya Araujo
  • Flávia Helen Furtado Loureiro
  • José de Jesus Dias Júnior
  • Maria do Socorro da Silva
  • Rejane Christine de Sousa Queiroz
  • Marizélia Rodrigues Costa Ribeiro
  • Manisha Ann Kulkarni
  • Antônio Augusto Moura da Silva
  • Alcione Miranda dos Santos